No dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma data em que celebra e, ao mesmo tempo, simboliza a luta histórica das mulheres para alcançarem suas condições equiparadas às dos homens.

Inicialmente essa data remetia-se à reivindicação por igualdade salarial, ao longo dos anos também foram inseridas a luta contra o machismo e a violência.

Vale ressaltar que essa reivindicação não se trata de ocupar o lugar do homem, mas de ser reconhecida como alguém que é capacitada para desempenhar as mesmas funções e, assim, obter salários mais justos.

As políticas públicas desempenham um papel crucial no respeito às mulheres na sociedade e no ambiente de trabalho, fornecendo proteção legal contra a discriminação, assédio e violência de gênero, promovendo a igualdade de oportunidades e fomentando programas que garantem serviços de saúde no geral, capacitação e incentivo para as mulheres poderem participar em todos os setores da economia.

Mulheres e acidentes de trabalho

No mundo do trabalho, as mulheres sofrem doenças como LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho), depressão, ansiedade e outros transtornos mentais. Também são vítimas de assédio sexual e moral. No caso de trabalhadoras de enfermagem e da limpeza, por exemplo, os riscos, como exposição a agentes patogênicos, produtos químicos e materiais biológicos, fazem parte da realidade.

As mulheres foram as mais afetadas por doenças ocupacionais durante o período da pandemia. Segundo os dados da Previdência Social, em 2021, 59,98% das doenças ocupacionais atingiram mulheres; em 2020, a taxa foi de 65,67%. Entre 2011 e 2019, a porcentagem das mulheres no total de doenças ocupacionais variou de 38,52% a 43,35%, respectivamente.

Os dados ainda apontam que, em 2021, as mulheres entre as idades de 30 e 54 anos tiveram um aumento significativo nas distribuições dos acidentes de trabalho.  De 30 a 34 anos, a porcentagem de acidentes para os homens correspondia a 66,80%; mulheres 33,20%.  De 35 a 39, 65,12% homens; mulheres 34,88%. Já a partir de 40 a 44 anos, é perceptivo o aumento de acidentes entre as mulheres: 35,86%; homens 64,14%. De 45 a 49 anos, as mulheres 36,12%; homens 63,88%. Já as idades entre 50 e 54, as mulheres registraram 36,09%, e os homens, 63,91%.

Evento Mulheres na Ciência

Para refletir sobre o papel da mulher no mundo do trabalho, a Fundacentro promoverá a roda de conversa “Mulheres na Ciência” , no dia 20/03, às 10h30, no auditório da instituição em São Paulo.

Haverá a presença de Mirlene Simões, coordenadora do Instituto Angelin e autora do livro “Mulheres na Ciência em São Carlos: reflexões, trajetórias e histórias”, e Juliana Oliveira, pesquisadora da Fundacentro e organizadora do livro “Condições do Trabalho das Mulheres”.

O bate-papo será mediado por Karina Nunes Figueiredo, diretora de Administração e Finanças da Fundacentro. Outras participações serão confirmadas até a data do evento.

Estudos e crescimento profissional

As mulheres, segundo dados oficiais, representam a maioria nas inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 2023, representaram 61,3% (2,4 milhões) do total. A tendência é de que a mulher se capacita muito mais, atingindo em média um nível de instrução superior aos homens.

Entre os homens com 25 anos ou mais de idade, 15,1% têm ensino superior completo. Em contrapartida, 19,4% das mulheres com a mesma idade ou mais no Brasil completam o ensino superior.

Embora no governo anterior tenha ocorrido um retrocesso com a extinção de programas específicos para mulheres, bem como o enxugamento de recursos orçamentários para o enfrentamento à violência e construção das casas da mulher brasileira, as mulheres continuaram se empenhando para progredir no campo profissional.

Violência contra as mulheres

A violência contra as mulheres é um grave problema global que abrange uma variedade de formas, incluindo violência física, sexual, psicológica e econômica.

No curso realizado pela Fundacentro no dia 6 de março, a tecnologista Solange Regina Schaffer abordou a questão e o enfrentamento à violência no ambiente de trabalho, como a promoção de políticas públicas eficazes e treinamento para solucionar conflitos e garantir o apoio adequado às vítimas. Está previsto para este mês o curso “Combate ao Assédio Moral e Sexual nos Ambientes de Trabalho”.

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Canal de Denúncias Sexual do Trabalho | CIPA Assédio

Diante disso, as políticas públicas voltadas para enfrentar esse problema são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar das mulheres. Especialistas salientam que a implementação de leis que criminalizam o abuso, o estabelecimento de serviços de apoio e abrigo para mulheres vítimas de violência, campanhas de conscientização para mudar atitudes culturais prejudiciais e programas de educação para prevenir a violência de gênero deve ser implementada eficazmente.

Luta e união das mulheres

A luta e união das mulheres no Brasil e no mundo têm sido fundamentais para conquistar avanços significativos em direção à igualdade de gênero e aos direitos das mulheres. Ao longo da história, as mulheres têm se organizado em movimentos sociais, grupos de defesa e organizações não governamentais para combater a discriminação, a violência de gênero e a desigualdade em diversas esferas da sociedade.

Estudos mostram que, no país, as mulheres têm desempenhado papéis essenciais nessa luta pelos direitos políticos, sociais e econômicos. Movimentos como o feminismo têm sido imprescindíveis para conscientizar a sociedade sobre questões de gênero e pressionar por mudanças legislativas e políticas que promovam a igualdade. É importante salientar que a solidariedade entre mulheres de diferentes países e culturas fortalece esses movimentos e amplifica suas vozes em busca de justiça e igualdade.

fonte: Fundacentro


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